Muitos estão contando o tempo para a chegada da Copa do Mundo, mas não contam com as violações dos direitos humanos.

África do Sul, 2010, milhões de torcedores compareceram em massa aos estádios. Muita alegria, descontração e “segurança”. A mídia toda de olho nas estrelas do futebol mundial, elogios às cidades, reportagens mostrando as belezas do país. Esse foi o dia-a-dia do pais que sediou um dos maiores megaeventos do mundo e, apenas, um dos tantos panoramas sociais que a copa propícia em dias de jogos.

Entre as tantas alegrias e vitórias dentro dos gramados, houveram muitas tristezas e violações fora deles, enquanto a seleções jogavam pela vitória, muitos jovens e adolescentes jogavam pela vida. Este lado do megaevento, o governo africano e as mídias mundiais não mostraram; e como “entre céu e terra não há nada escondido”, diversas violações vieram à tona ao termino do grande campeonato. Grupos de adolescentes e jovens vinculados a exploração sexual, casas de prostituição localizadas nos entornos dos estádios foram construídos, violações dos direitos humanos, entre tantas outras barbaridades que os dirigentes, tanto do governo, como da FIFA, jogaram embaixo do tapete, iludidos que estes problemas seriam esquecidos e nunca mais voltariam. De fato, não voltaram e nunca foram esquecidos, mas tidos como exemplos para os próximos países.

E NO BRASIL?



Obras atrasadas. Este é o atual panorama de nosso país em relação à Copa. A maioria das estruturas e projetos andam em desvantagens com o cronometro da FIFA, é justamente deste pequeno detalhe que vêm o GRANDE problema: A preocupação com o termino de todas as obras no prazo estipulado, está deixando de lado o cuidado que deve-se tomar com as crianças, adolescentes e jovens, tendo em conta que alguns estados que sediarão os  jogos, já tem por natureza um índice de prostituição e exploração sexual infanto-juvenil bastante elevado. 

Ainda se sente a falta de um plano de prevenção contra esses abusos por parte das esferas governamentais, principalmente municipais. As principais iniciativas tem surgido de organizações não-governamentais que, preocupadas com o descaso das autoridades públicas, realizam iniciativas que sensibilizam a sociedade civil dos avanços e perigos que o megaevento trará.

Não obstante, é necessário que o governo pare por um instante de se preocupar com prazos, e comece a rever se estão dando a devida importância à prevenção de tantos problemas que surgirão antes, durante e depois do campeonato esportivo.

A África do Sul é um grande exemplo dos problemas que um megaevento acarreta para os cidadãos mais vulneráveis. Portanto, cabe ao Brasil perceber que atrás de grandes eventos, sempre há grandes riscos, sendo a violação aos direitos humanos é um deles.

Autor: Sebastian Roa (AM)
                                                                                                                                                       
BOLA DA VEZ

A cada sexta-feira, será postado uma matéria  jornalística.  Produzida  por  um  trio  composto  por membros  de  estados distintos, a matéria deve enfocar tópicos de uma temática geral que terá regência mensal nas produções.


Fique por dentro e confira o que vem por ai na próxima sexta!

Leave a Reply